TERREMOTO

TERREMOTO (Skjelvet, Noruega, 2019)
 
Em 1904, um grande terremoto sacudiu Oslo. Seu epicentro foi em uma fenda que atravessa diretamente a cidade. Desde então, segundo geólogos, a população da capital norueguesa pode esperar futuros terremotos no local. Este filme mostra o que poderia acontecer se um deles acontecesse na época atual, quando um geólogo morre ao investigar um tremor. Um colega busca se informar sobre o que o teria levado a levantar essa suspeita, e ao perceber que está para acontecer um, tenta fugir da cidade com sua família, mas são surpreendidos na tentativa.
 
Um filme-catástrofe que, mesmo não tendo os recursos multimilionários dos filmes hollywoodianos, consegue contar sua história dramática de maneira convincente e a prender bem a atenção dos espectadores, com efeitos visuais de muito boa qualidade, embora com uma trama pouco original.
 
Cotação: ★★★ (bom)
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BLOODSHOT

BLOODSHOT (Idem, EUA, 2020)

Ex-soldado morto é revivido em laboratório e aprimorado com nanotecnologia, ganhando poderes como os de regeneração dos tecidos corporais e a capacidade de se mudar. Aos poucos, sua memória retorna e ele finalmente descobre quem realmente é, partindo em um busca de vingança contra o assassino de sua esposa.

Muito chato para um filme de ação e ficção científica. Além de contar com muitas cenas bastante exageradas, não prende o espectador, e é totalmente previsível. O lado positivo é que essa franquia não vai à frente. Não perca seu tempo. Se busca algo no gênero, melhor rever algum filme de andróides da série “Exterminador do Futuro” ou “Blade Runner”. Se quer algo do Vin Diesel, pegue qualquer outro que ele tenha feito.

Cotação: ★ (ruim)

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UMA VIDA OCULTA

UMA VIDA OCULTA (A Hidden Life, EUA, 2019)

Fazendeiro austríaco é convocado para servir ao exército alemão e combater na Segunda Guerra Mundial, mas se recusa, por não concordar com os pontos de vista do Nazismo. Passa, então, a ser acusado de covarde e a ser execrado pelos vizinhos, até ser forçado a atender à convocação.

Uma narrativa que se esconde atrás de uma belíssima concepção visual, mas que de forma alguma possui história suficiente para quase três horas de projeção. É uma obra admirável no que diz respeito ao personagem e à estética, mas cansativa. Terrence Malick, autor de obras-primas no passado, faz um filme somente para seus fãs.

Cotação: ★★★ (bom)

 

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MARIA E JOÃO: O CONTO DAS BRUXAS

MARIA E JOÃO: O CONTO DAS BRUXAS (Gretel And Hansel, EUA, 2020)

Menina costuma levar seu irmãozinho até um bosque escuro, procurando alimento e trabalho. Certo dia, eles chegam à casa de uma mulher misteriosa que vive naquela floresta, e descobrem que nem todo conto de fadas tem um final feliz.

Este filme de terror tenta fugir do convencional, buscando talvez a linha de “A Bruxa”, de Robert Eggers. É uma abordagem revisionista, mas não funciona bem e decepciona. Até apresenta uma estética requintada, porém, se perde na montagem confusa, ao sair da linearidade para tentar ser inovador. Um engano total levar crianças para assistir a este filme enfadonho e pretensioso.

Cotação: ★ (ruim)

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JEXI: UM CELULAR SEM FILTRO

JEXI: UM CELULAR SEM FILTRO (Jexi, EUA, 2019)

Um nerd sem amigos e sem vida amorosa se depara a assistente virtual de nome Jexi quando é forçado a comprar um celular novo. Com ela, ele ganha orientação em tudo o que faz. Porém, quando o rapaz perde a dependência do celular, ao se apaixonar por uma garota real, Jexi se transforma em um pesadelo, ao tentar trazê-lo de volta para ela.

Versão escapista do tema abordado no filme “Ela” (2014), em que Spike Jonze ganhou o Oscar de melhor roteiro, com uma reflexão sobre como a tecnologia pode ser um catalisador da solidão na sociedade atual. Em vez da tirada filosófica de Jonze, os diretores Jon Lucas e Scott Moore estão mais interessados em fazer humor sobre o assunto, por vezes conseguindo o objetivo.

Cotação: ★★★ (bom)

DOIS IRMÃOS – UMA AVENTURA FANTÁSTICA

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DOIS IRMÃOS – UMA AVENTURA FANTÁSTICA (Onward, EUA, 2020)

Dois elfos adolescentes, irmãos, executam uma magia e o pai deles, falecido quando eram pequenos, volta à vida, porém, faltando a metade superior do seu corpo. Eles então partem em uma aventura cheia de perigos, para tentar achar uma pedra preciosa que ajudará a fazer outra magia para completar o pai e poderem, finalmente, conversar com ele.

Uma aventura intimista realizada com a qualidade do estúdio Pixar, repleta de emoção, diversão e referências fantásticas. Além da qualidade técnica de sempre, tem uma roteiro caprichado, com boa composição dos personagens e do desenvolvimento da relação entre eles. Uma obra de alto gabarito do estúdio, que agrada a adultos e crianças.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

VOCÊ NÃO ESTAVA AQUI

VOCÊ NÃO ESTAVA AQUI (Sorry We Missed You, Reino Unido, 2019)

Em uma crise financeira, família inglesa tem de apelar para o trabalho informal para conseguir sobreviver. O marido compra uma pequena van e começa a prestar serviços para uma firma de entregas, enquanto sua esposa passa a trabalhar como cuidadora de idosos, indo de uma casa para outra por transporte público. Porém, problemas familiares aparecem e fazem com que as coisas passem a dar errado.

Um drama bastante atual, íntimo e de grande força, sobre o que está acontecendo no mundo ocidental e na vida cotidiana das pessoas. Apesar de passado na Inglaterra, aborda um tema universal. É um filme pesado, mas emocionante, com atuações excelentes do quarteto principal. Ken Loach demonstra mais uma vez ser um dos mais vigorosos cronistas da classe trabalhadora britânica.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

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LUTA POR JUSTIÇA

LUTA POR JUSTIÇA (Just Mercy, EUA, 2019)
 
Advogado negro recém-formado em Harvard abre mão de uma carreira lucrativa e se muda para o Alabama, onde se dedica a defender prisioneiros condenados à morte que nunca receberam uma assistência legal efetiva. O caso principal com que se depara é o de um homem negro falsamente acusado de um assassinato.
 
Filme de denúncia construído de forma magistral para nos contar uma história real e chocante. Evitando o dramatismo com uma contextualização mais silenciosa, traz um relato comovente da luta de um homem para dar voz aos presos condenados ao corredor da morte. Jamie Foxx e Michael B. Jordan esbanjam talento em seus papéis. Uma obra que toca fundo nos que apoiam a luta pelos direitos humanos.
Cotação: ★★★★½ (ótimo)
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O HOMEM INVISÍVEL

O HOMEM INVISÍVEL (The Invisible Man, EUA, 2020)
 
Mulher consegue escapar da mansão de seu namorado, com quem tinha um relacionamento abusivo e sofrido. Pouco tempo depois, recebe a notícia de que ele se matou e deixou sua fortuna para ela. Aos poucos, porém, ela passa a suspeitar que a morte dele não passou de uma farsa, e, de alguma forma, ele está vivo, ainda que ela não possa vê-lo. Ela, então, terá de achar um jeito de provar que está sendo caçada por alguém invisível.
 
Um filme que concilia muito bem a essência da obra de H.G. Wells, com o terror vivido em um relacionamento abusivo, o que o torna mais relevante do que um mero entretenimento passageiro. O resultado é um exercício hábil de suspense, com boas reviravoltas. O melhor trunfo do filme é Elizabeth Moss, que eleva o material com sua performance.
 
Cotação: ★★★½ (muito bom)
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THE INVISIBLE MAN

JOJO RABBIT

JOJO RABBIT (Jojo Rabbit , EUA, 2019)

Na Alemanha, durante a Segunda Guerra Mundial, um menino nazista tem seu ídolo Adolf Hitler como amigo imaginário. Um dia, ele descobre que sua mãe está escondendo uma jovem judia no sótão de casa, e que ela, na verdade, está trabalhando contra o regime. Aos poucos, ele começa a deixar de ter uma visão distorcida sobre os judeus e a desenvolver simpatia pela nova hóspede.

Um filme interessante, que aborda um tema importante e que faz refletir sobre uma época que não pode ser historicamente esquecida, sempre com clara intenção didática. “Jojo Rabbit” funciona bem tanto como uma sátira quanto como um drama de amadurecimento e de passagem. Não merecia, porém, ser indicado ao Oscar de Melhor Filme, como foi.

Cotação: ★★★½ (muito bom)

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