EXTRAORDINÁRIO

EXTRAORDINÁRIO (Wonder, EUA, 2017)
 
Garoto que nasceu com deformação facial recebe aulas em casa, mas chega o dia em que tem de ir para uma escola regular, repleta de crianças normais. Lá, porém, se depara com a maldade humana na pessoa de coleguinhas que o rejeitam pela sua aparência e o maltratam com práticas de bullying. Com a ajuda de seus pais e sua irmã, enfrenta o desafio com coragem, e aos poucos vai fazendo progressos.
 
Uma comovente fábula de amor, amizade e perseverança, emocionando com muito bom gosto e evitando o dramalhão, sem procurar transmitir pena pelo personagem. Ao mesmo tempo, faz refletir sobre o bullying nas escolas americanas. Ainda que tente às vezes manipular emoções da plateia, isso acontece sem exageros. O carisma dos atores e a história muito bem contada são os pontos fortes do filme, um “feel good movie” bem adequado para a época de festas.
 
Cotação: ★★★★ (ótimo)

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ASSASSINATO NO EXPRESSO DO ORIENTE

ASSASSINATO NO EXPRESSO DO ORIENTE (Murder on the Orient Express, EUA, 2017)

Detetive de renome embarca em uma viagem no trem Expresso do Oriente, que vem de Istambul às principais capitais europeias. A bordo, ele recebe proposta de um negociante para ser seu segurança particular na viagem, e recusa. Horas depois, o sujeito é assassinado e ele terá de solucionar o mistério de quem teria sido o responsável.

Uma nova versão do clássico de Agatha Christie que consegue ser fiel ao original na resolução da trama, mas ao mesmo tempo é diferente nas suspeitas e situações. Por vezes o filme parece datado, mas a parte mais fraca desta adaptação é exatamente onde se deveria ter mais cuidado: o clímax, com a revelação do responsável.

Cotação: ★★½  (agradável)

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A ESTRELA DE BELÉM

A ESTRELA DE BELÉM (The Star, EUA, 2017)
 
Jovem asno aprisionado em um moinho consegue escapar e se esconde em uma casa, onde acontece o casamento de José e Maria. Ele e seus amigos animais descobrem que o rei Herodes enviou um assassino para matar o bebê que está para nascer, e tentarão protegê-lo e salvá-lo.
 
Uma animação muito apropriada para a época de festas, com sequências de ação e pitadas de humor. Os personagens são simpáticos, e o filme oferece alguma magia e momentos de beleza. Tem qualidades suficientes para que espectadores que procuram uma diversão familiar baseada na fé, e aproveitando a ocasião natalina, fiquem satisfeitos.
 
Cotação: ★★★ (bom)
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EM BUSCA DE FELLINI

felini.jpgEM BUSCA DE FELLINI (In Search of Fellini, EUA, 2017)

Jovem tímida e superprotegida pela mãe descobre os filmes do diretor italiano Federico Fellini e ganha a oportunidade de viajar para a Itália para conhecê-lo, quando a mãe se descobre com pouco tempo de vida. Lá, as coisas não saem como planejadas, mas conhece dois rapazes locais que a introduzem ao amor.

Um filme que falha em ser poético e mesmo em prestar uma bela homenagem a Fellini, pois nota-se claramente que o diretor partilha da ignorância de muitos norte-americanos sobre as nuances do universo felliniano, abundante em humanidade  e beleza. Podemos até compreender a boa intenção do diretor, mas não dá para relevar sua incompetência em transcrever a obra do cineasta italiana.

Cotação: ★½  (fraco)

 

PERFEITA É A MÃE 2

PERFEITA É A MÃE 2 (A Bad Moms Christmas, EUA, 2017)
 
As três protagonistas do primeiro filme são surpreendidas por inesperadas visitas de suas respectivas mães pouco antes do Natal. Cada uma de uma forma diferente, elas afetam emocionalmente as filhas e as deixam mais estressadas, precisando de resolver os conflitos durante as festividades.
 
Da mesma forma que “Pai em Dose Dupla 2”, temos aqui uma comédia que joga os personagens do filme original em situações causadas por pais ou mães no feriado natalino. O resultado aqui, porém, é infinitamente menos inteligente e engraçado que no filme citado. O roteiro, convencional e sem qualquer brilho, peca por escolher resoluções fáceis e por oferecer situações forçadas. Para piorar, as piadas não têm graça.

 
Cotação: ★★ (regular)

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VICTORIA E ABDUL – O CONFIDENTE DA RAINHA

VICTORIA E ABDUL – O CONFIDENTE DA RAINHA (Victoria and Abdul, Reino Unido, 2017)
Dois hindus são escolhidos para viajar a Londres para dar um presente à rainha Victoria. Ao chegar, são instruídos sobre como proceder, mas, na hora, o mais jovem quebra o protocolo e cai nas graças da idosa rainha, que através de conversas se apega a ele e mais tarde o nomeia seu conselheiro. Essa decisão não agrada nem um pouco à corte, que não aceita que um humilde indiano possa ser tão próximo à soberana.
 
Stephen Frears capta muito bem como a rainha Vitória, absorvida pela rotina entediante, aos poucos retoma o gosto pela vida e por sua autoridade natural, em bela atuação de Judi Dench. A primeira metade é pródiga em comparações engraçadas decorrentes do choque cultural entre as duas civilizações. É um filme muito competente, com uma direção de arte impecável, que por vezes remete à era de ouro do cinema.
 
Cotação: ★★★½ (muito bom)
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COM AMOR, VAN GOGH

COM AMOR, VAN GOGH ( Loving Vincent, Reino Unido-Polônia, 2017)

Um ano após a morte do célebre pintor Vincent Van Gogh, um jovem encontra uma carta enviada ele para o irmão Theo, que jamais a recebeu. Após conversar com o pai, carteiro amigo do pintor, Armand é incentivado a entregar ele mesmo a correspondência. Com esse objetivo, parte para a cidade francesa de Arles na esperança de fazer algum contato com a família do pintor falecido. Lá, percebe que talvez o pintor tenha sido assassinado, e começa uma investigação por si mesmo.

Conta a história de Vincent Van Gogh toda no estilo visual de suas pinturas, com resultados visualmente deslumbrantes. Pintado à mão por mais de cem artistas, o filme é um deleite para os olhos do espectador. Além dos personagens, há cenários e ícones marcantes, como os girassóis, também presentes no filme. Van Gogh, criador de tantas obras-primas, com certeza aprovaria esse belíssimo trabalho em sua homenagem.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

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PAI EM DOSE DUPLA 2

PAI EM DOSE DUPLA 2 (Daddy’s Home 2, EUA, 2017)

Após resolverem suas diferenças no filme anterior, os co-pais Brad (Will Ferrell) e Dusty (Mark Wahlberg) precisam de muita paciência quando os pais de cada um (os ótimos John Lithgow e Mel Gibson) deles resolvem aparecer para a festa de Natal da família. De imediato, um deles aluga uma casa nas montanhas nevadas para o evento. No local, os conflitos de passado de cada um deles aparecerá em momento bem inoportuno.

Em um ano fraco para as comédias, ‘Pai em Dose Dupla 2’ pode ser considerado como a melhor comédia do ano. É um daqueles poucos filmes em que quase todas as piadas funcionam e fazem rir. Na verdade, havia um bom tempo que os espectadores não se divertiam e riam tanto. O diretor soube tirar proveito de trabalhar novamente com dois astros de gêneros diferentes (comédia e ação) que deram certo juntos, assim como agora também soube aproveitar a entrada dos “avôs” bem diferentes.

Cotação: ★★★★½ (ótimo)

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LIGA DA JUSTIÇA

LIGA DA JUSTIÇA (Justice League, EUA, 2017)
 
Com a morte de Superman, o mundo corre novo perigo. Sem super-herói, Batman resolve unir forças com Mulher-Maravilha, Aquaman, Cyborg e Flash (Ezra Miller) para tentar salvar o planeta de uma ameaça alienígena.
 
Um filme de super-heróis pesado, que adota um tom bastante sombrio, continuando a onda recente no gênero, porém sem trazer junto algum drama complexo que justifique. Pelo contrário, o filme simplesmente não é divertido, é uma bagunça que combina super-heróis de um jeito que nem dá mais vontade de vê-los no futuro. Mesmo quem gostou do bom filme “Mulher-Maravilha”, vai se decepcionar em vê-la aqui. E o personagem do Flash é bem diferente dos quadrinhos, parece-se mais com aquele X-Man superveloz.
 
Aliás, matar o Superman no filme anterior da DC Comics já foi uma ideia bastante estúpida.
 
Cotação: ★ (ruim)
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COLO

COLO (Idem, Portugal, 2017)

Em Portugal, uma família de classe média passa por grave crise financeira. O pai perde o emprego e não consegue encontrar outro trabalho, a mãe acha um trabalho extra para aumentar a renda, mas vive estressada e fora de casa. A filha encontra o namorado às vezes e sai com uma amiga grávida, a quem acaba levando para sua casa. O pai se interessa pela amiga e lhe faz uma proposta. A filha também busca sair de casa e encontrar seu caminho.

Um interessante filme sobre as consequências do desemprego. O caos trazido funciona como catalisador de esgotamento emocional e psicológico, traduzido aqui em um longo, depressivo e desconcertante drama sobre pessoas de um mesmo núcleo familiar que vão buscar conforto, o “colo” do título, fora de casa. Por vezes um pouco monótono e contemplativo, mas sem nunca deixar se tornar maçante.

Cotação: ★★★ (bom)

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