CREED 2

CREED 2 (Creed 2, EUA, 1918)

Jovem lutador, filho do ex-campeão Apollo Creed, consegue chegar ao título mundial de boxe. Porém, encontra um adversário poderoso, filho do lutador que matou seu pai, e, lutando contra o conselho de muitos, toma uma surra. Após levar essa lição, consegue o apoio de Rocky (Sylvester Stallone) para ser seu treinador e se prepara bastante para a revanche, em solo estrangeiro.

Um filme de boxe consegue ser melhor que o primeiro e ser dos melhores filmes da série “Rocky”. Conta com excelentes cenas de ação, tem bom ritmo e muita emoção. O filme consegue manter todo o espírito da franquia, ao mesmo tempo que traz um novo olhar para o gênero. Elevado por um elenco de atuações ótimas, e por um diretor que dá peso igual ao drama dentro e fora do ringue, “Creed II” merece aplausos.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

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DOGMAN

DOGMAN (Dogman, Itália, 2018)

O esquisito dono de uma pet shop de uma cidade pequena italiana aceita ajudar um amigo violento e de má índole a assaltar uma loja vizinha. Quando a polícia enxerga sua óbvia colaboração, ele vai preso em lugar do amigo problemático. Quando sai, passa a ser rejeitado por todos na cidade, e vislumbra um meio de tentar superar esse afastamento.

Um drama sobre a tentação e a necessidade humana de aceitação realizado com esmero por Matteo Garrone. O diretor mostra bem sua vida ordinária, depois sua descida à amargura e ao desejo de vingança, em um contexto social perturbador, que poderia acontecer em qualquer parte do mundo. Excelentes atuações de Marcello Fonte e Eduardo Pesce, como os protagonistas, que têm algo de canino em suas personalidades.

Cotação: ★★★½ (muito bom)

 

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A MULA

A MULA (The Mule, EUA, 2018)
 
Veterano da Guerra da Coreia vive em conflito com sua família, pois dá preferência às amizades e à vida boêmia. Ao se atrasar para mais um compromisso familiar, recebe a proposta de um convidado para trazer uma encomenda de uma cidade para outra, recebendo um bom pagamento. Assim faz, sem saber que se trata de tráfico de drogas. O dinheiro recebido muda sua vida e seu relacionamento com os familiares, e ele prossegue.
 
Inspirado em uma história real, o filme conta com o charme descontraído de Clint Eastwood como o protagonista desesperado por dinheiro, na que talvez seja sua despedida como ator. Clint consegue fazer um belo filme, que soa quase como um estudo do gênero, pois ao infiltrar-se como elemento estranho naquele mundo consegue reverter os clichês do gênero. O personagem usa licença criativa, humor negro e quase uma sátira ao mundo dos cartéis assassinos.
 
 
Cotação: ★★★★ (ótimo)
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HOMEM-ARANHA NO ARANHAVERSO

HOMEM-ARANHA NO ARANHAVERSO (Spider-Man: Into the Spider-Verse, EUA, 2018)

Quando Peter Parker, o Homem-Aranha, morre, um jovem negro tenta assumir seu lugar. Entretanto, ao visitar o túmulo de seu ídolo, ele é surpreendido com a presença do próprio Peter, vestindo o traje do herói aracnídeo. A surpresa fica ainda maior quando Miles descobre que ele veio de uma dimensão paralela, bem como outras quatro versões do Homem-Aranha. O sexteto se une para enfrentar um inimigo poderoso.

“Homem-Aranha no Aranhaverso” é um longa-metragem de animação que acerta em todos os quesitos, especialmente no coração dos fãs que sempre cultuaram e amaram o personagem.  É uma das melhores animações de 2018 e pode ganhar o Oscar da categoria. Uma das melhores adaptações que o cinema já fez das HQs, fez muito sucesso nos Estados Unidos, com o mérito de conseguir equilibrar tantos estilos diferentes sem causar estranhamento no público.

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SE A RUA BEALE FALASSE

SE A RUA BEALE FALASSE (If Beale Street Could Talk, EUA, 2018)

O marido de uma jovem negra grávida é acusado de um crime que não cometeu, em armação sórdida feita por um policial branco racista. As famílias dos dois cônjuges se unem para conseguir dinheiro para um bom advogado e para visitar e tentar convencer a testemunha, que fugiu do país, a retornar para mudar seu depoimento.

Um drama familiar e racial, que além de retratar dimensões importantes de seu tema, não deixa de lado a poesia. O filme faz uma denúncia forte de uma sociedade racista, que inclui polícia e judiciário, expondo uma visão higienista do mundo e o descaso das pessoas pelo drama do próximo, Só não é melhor por ser claramente um filme militante, mas ainda assim mantém a beleza e o astral elevado. Regina King, no papel da mãe da protagonista, deve ganhar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

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IBSCT_18052_RRegina King, no papel da mãe da protagonista, deve ganhar o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante.

A FAVORITA

A FAVORITA (The Favourite, Reino Unido-EUA, 2018)

No começo do século XVIII, uma duquesa exerce forte influência na corte inglesa como conselheira e, secretamente, amante da rainha Ana. Uma parenta sua, cuja família caiu na miséria, a procura em busca de emprego, conseguindo o posto de criada. Aos poucos, ela cai no gosto da monarca e vai se tornando a sua nova favorita, o que leva a uma guerra entre as duas pela posição.

Um filme de época que vai além das obras do gênero, fazendo uma avaliação bastante sombria das motivações e comportamentos humanos, enquanto viaja através de mentes distorcidas. Além de ter três ótimas protagonistas femininas, apresenta uma história forte, que fascina pela riqueza do roteiro, pelo capricho da produção e pelo elenco. O diretor acerta em cheio ao ambientar as intrigas palacianas com angulações inusitadas e lentes que reforçam o sentimento de estranheza. Um dos favoritos ao Oscar de Melhor Filme.


Cotação: ★★★★½ (ótimo)


UMA NOVA CHANCE

UMA NOVA CHANCE (Second Act, EUA, 2018)

Analista de compras de supermercado é preterida pela empresa quando esperava uma promoção, e decide se demitir e aceitar a oferta para outra firma, bem maior. Sem que ela saiba, um amigo faz alterações em seu currículo e suas redes sociais, o que a ajuda a conseguir o novo emprego. Um desafio é colocado entre ela e uma diretora para ver quem consegue um novo produto mais lucrativo.

Comédia dramática que aborda razoavelmente o tema do segundo ato nas vidas profissionais americanas.A simpatia de Jennifer Lopez tenta sustentar uma história improvável, com roteiro frouxo e uma trama difícil de convencer, com muitas coincidências e soluções quase mágicas.

Cotação: ★★ (regular)

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CLÍMAX

CLÍMAX (Climax, França, 2018)

Um grupo de dançarinos se reúne em um local isolado, dentro de uma floresta, para um ensaio. Em uma festa de comemoração, após o mesmo, eles notam o ambiente mudando e percebem que foram drogados, sem saber por quem, e mergulham num turbilhão de paranoia e loucura.

Essa mistura bizarra de com terror com filme de dança tem mais uma vez a intenção do diretor Gaspard Noé de chocar o público. O elenco é composto de jovens que sabem dançar, mas são fracos em atuação. O filme começa até bem, tem sequências de dança cativantes, mas muitas vezes se torna entediante e se perde em uma embalagem mística pobre. Indicado apenas para quem gosta de danças ou de filmes sem pé nem cabeça.

Cotação: ★½ (fraco)

GREEN BOOK – O GUIA

GREEN BOOK – O GUIA (Green Book, EUA, 2018)

Quando o “night club” em que trabalha fecha as portas de repente, o “resolvedor de problemas” da casa se vê forçado a procurar um novo emprego, e acaba sendo contratado por um músico negro que vai sair em turnê com seu pequeno grupo musical pelos racistas estados do sul norte-americano. Suas habilidades se mostrarão necessárias em diversas ocasiões.

Uma história deliciosa e inspiradora sobre uma improvável amizade que conta com um roteiro afiado e uma hábil direção de Peter Farrelly, que nunca havia feito nada remotamente parecido. Com ótimas performances, Viggo Mortensen e Mahershala Ali lideram um road movie histórico e inspirador que desafia o caráter de seus personagens viajando por uma região perigosa e hostil dos Estados Unidos. Além de ser um filme para toda a família, desde já um dos melhores do ano.

Cotação: ★★★★★  (excepcional)

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VICE

VICE (Vice, EUA, 2018)

A caminho de ser um fracassado na vida, Dick Cheney enxerga na política uma oportunidade de subir na vida. Deu sorte e se torna assessor de um político importante. Com a renúncia de Richard Nixon, os poucos republicanos que não estavam associados ao governo ganharam prestígio e voltaram ao poder no partido com Gerald Ford. Décadas depois, George W. Bush decide se lançar candidato à presidência, e chama Cheney para ser seu vice. Ele aceita, desde que tenha amplos poderes dentro do governo.

Uma fábula divertida e afiada sobre o poder norte-americano, na qual o diretor consegue transcender a biografia simples devido a sua qualidade artística, tornando-se uma obra autoral de um cineasta que conseguiu ir além. A capacidade de criar um longa com um tema complicado e transformá-lo também em entretenimento, merece elogios. Christian Bale tem atuação irretocável como Cheney, fazendo por merecer o Oscar.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

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