Mês: abril 2019
O PARQUE DOS SONHOS
O PARQUE DOS SONHOS (Wonder Park, EUA-Espanha, 2018)
Após praticar uma traquinagem, jovem sonhadora imagina um parque de diversões, juntamente com a mãe. Quando esta adoece e vai se tratar em um lugar distante, ela vai em uma excursão e encontra escondido na floresta um parque como o que imaginara, porém, abandonado e confuso. Ela aos poucos descobre que o parque veio de sua imaginação e que ela é a única que pode deixar o lugar mágico de novo.
Neste desenho animado, a imaginação de uma criança pode dar energia a um parque de diversões. Infelizmente, ao longo de sua jornada, o filme vai perdendo força e passa a focar mais em entregar uma diversão colorida e frenética. É estritamente voltado para crianças menores, as demais irão se aborrecer.
Cotação: ★½ (fraco)
DUAS RAINHAS
DUAS RAINHAS (Mary Queen of Scots, Reino Unido-EUA, 2018)
Quando o rei da França morre, sua rainha, Mary, volta para seu país natal, a Escócia, Isso cria um problema, pois sua irmã Elizabeth, a rainha da Inglaterra, sente que seu poder pode estar ameaçado. Mary propõe ser-lhe submissa, se ela a nomear sua sucessora. O problema é que ela é católica, o que é rejeitado por muitos poderosos. Quando ela engravida, a situação se torna ainda mais delicada.
Um filme de época que oferece uma alternativa elegante aos filmes sobre o tema, vindo curiosamente trazer outro lado da história da rainha Elizabeth, vista também em “A Favorita”. O diferencial fica por conta da leitura feminista que permeia o drama. Com competência visual e boas atuações, o filme olha o passado a partir de lentes atuais, reinterpretando os sentimentos das rainhas. Saoirse Ronan (Mary) é o coração e a alma do filme.
Cotação: ★★★★ (ótimo)
SUPERAÇÃO – O MILAGRE DA FÉ
A CINCO PASSOS DE VOCÊ
A CINCO PASSOS DE VOCÊ (Five Feet Apart, EUA, 2018)
Garota com fibrose cística passa muito tempo no hospital, fazendo tratamento. Um dia, conhece um garoto que sofre da mesma doença. A atração é imediata, porém os dois são obrigados a manter distância um do outro, por regra do hospital. Enquanto ela pensa em quebrar as regras e se aproximar do garoto, ele começa a se rebelar contra o sistema e recusar o tratamento rigoroso.
O que começa como um filme promissor que leva a doença a sério, aos poucos se transforma em mais um melodrama romântico com doença como pano de fundo. Além de implausível, ainda se esforça para ser piegas, prejudicando-se com o melodrama barato. Além de exagerar no excesso de clichês comuns ao gênero, torna-se com o tempo mais exaustivo do que tenso ou emocionante.
Cotação: ★ (ruim)
BORDER
BORDER (Border, Suécia, 2018)
Uma estranha policial que trabalha no aeroporto, fiscalizando bagagens e passageiros, possui uma espécie de sexto sentido, fazendo com que seja capaz de perceber criminosos pelo seu faro. A situação muda quando ela identifica um criminoso em potencial e não consegue provas para justificar sua intuição. Após o episódio, ela tenta descobrir qual o segredo do suspeito.
Uma história existencial, que passa por drama, suspense e trama policial noir, romance e fantasia, subvertendo as convenções do gênero. A estranheza da história tem potencial para perdurar na memória por bom tempo após a projeção. Consegue ser um drama envolvente, principalmente pela força das performances dos dois protagonistas, ambos sob pesadas máscaras que exigiam quatro horas de maquiagem para serem aplicadas.
Cotação: ★★★★ (ótimo)
NÓS
NÓS (Us, EUA, 2018)
Casal resolve passar um fim de semana na praia com os dois filhos, descansando em uma casa de veraneio. Eles começam a aproveitar o descanso, mas a inesperada chegada de um grupo misterioso transforma o passeio em um pesadelo. Aos poucos, a família se torna refém de seus próprios duplos, que aparecem sem explicação para atormentá-los.
Este novo thriller de Jordan Peele (de “Corra!”) pretende ser aterrorizante, mas sua premissa fantástica não convence, tornando-o bem inferior à de seu ótimo filme de estreia. A nova obra do diretor tem objetivos diferentes às de sua precursora, mais realista. A intenção de fazer uma alegoria crítica sobre a sociedade americana através do horror, desta vez, naufraga num amontoado de clichês do gênero e numa trama obscura, que por vezes chega ao ridículo.
Cotação: ★½ (fraco)
DUMBO
QUANDO MARGOT ENCONTRA MARGOT
QUANDO MARGOT ENCONTRA MARGOT (La Belle et la Belle, França, 2017)
Após se conhecerem em uma festa, Margot (Sandrine Kiberlain), de 45 anos, e Margot (Agathe Bonitzer), de 20 anos, percebem que, estranhamente, são a mesma pessoa, com décadas de diferença de idade. A partir de então, elas desenvolvem uma amizade, na qual uma delas passa por momentos da vida que a outra já conhece; e a mais velha tenta auxiliar a mais nova a não cometer os mesmos erros que ela cometeu quando jovem.
Um filme com toque fantástico, em que a curiosidade impera. As duas personagens são bem construídas e convencem. O roteiro tem uma reviravolta que o torna levemente surpreendente, de forma a satisfazer o espectador que busca apenas entretenimento. Uma obra estilosa, na medida para os fãs do cinema francês.
Cotação: ★★★ (bom)
O GRANDE CIRCO MÍSTICO
O GRANDE CIRCO MÍSTICO (Brasil, 2018)
A história de cinco gerações de uma família circense de origem europeia ligada á realeza, começando pela inauguração do Grande Circo Místico. no começo do século passado, aos dias de hoje. A história mostra as aventuras e os amores dos Knieps, de seu apogeu à decadência, por vezes em tom de realismo fantástico.
Uma grande decepção este filme escolhido, não se sabe como, para representar o Brasil na escolha do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A única explicação está no nome do diretor, que fez bons filmes no passado. Mas o que conta é o filme atual. A história é fraca, e muitos personagens aparecem muito depressa e de forma muito superficial. O pior, porém, é a representação do lado místico do filme, como o das trapezistas gêmeas que levitam.
Cotação: ★ (ruim)
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