A MALDIÇÃO DA CHORONA

A MALDIÇÃO DA CHORONA (The Curse of la Llorona, EUA, 2018)
 
Nos anos 1970, uma assistente social que cria seus dois filhos sozinha começa a perceber que coisas estranhas estão acontecendo em sua casa, depois que se viu obrigada a tomar os filhos de uma mulher latina. Aos poucos, descobre semelhanças com o caso de uma entidade sobrenatural que, em vida, afogou seus filhos e depois se jogou no rio, se debulhando em lágrimas. Agora ela chora eternamente, capturando outras crianças para substituir as suas.
 
Um terror ligado á franquia de “Invocação do Mal”, que não consegue atingir o mesmo nível dos filmes principais. Sem inovar, segue a fórmula dos filmes anteriores e entrega aquilo que os fãs da franquia esperam: algumas cenas arrepiantes e muitos sustos. Ainda assim, funciona bem dentro de sua proposta, e merece ser visto pelos fãs do gênero.
 
Cotação: ★★★ (bom)
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O PARQUE DOS SONHOS

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O PARQUE DOS SONHOS (Wonder Park, EUA-Espanha, 2018)

Após praticar uma traquinagem, jovem sonhadora imagina um parque de diversões, juntamente com a mãe. Quando esta adoece e vai se tratar em um lugar distante, ela vai em uma excursão e encontra escondido na floresta um parque como o que imaginara, porém, abandonado e confuso. Ela aos poucos descobre que o parque veio de sua imaginação e que ela é a única que pode deixar o lugar mágico de novo.

Neste desenho animado, a imaginação de uma criança pode dar energia a um parque de diversões. Infelizmente, ao longo de sua jornada, o filme vai perdendo força e passa a focar mais em entregar uma diversão colorida e frenética. É estritamente voltado para crianças menores, as demais irão se aborrecer.

Cotação: ★½  (fraco)

DUAS RAINHAS

DUAS RAINHAS (Mary Queen of Scots, Reino Unido-EUA, 2018)

Quando o rei da França morre, sua rainha, Mary, volta para seu país natal, a Escócia, Isso cria um problema, pois sua irmã Elizabeth, a rainha da Inglaterra, sente que seu poder pode estar ameaçado. Mary propõe ser-lhe submissa, se ela a nomear sua sucessora. O problema é que ela é católica, o que é rejeitado por muitos poderosos. Quando ela engravida, a situação se torna ainda mais delicada.

Um filme de época que oferece uma alternativa elegante aos filmes sobre o tema, vindo curiosamente trazer outro lado da história da rainha Elizabeth, vista também em “A Favorita”. O diferencial fica por conta da leitura feminista que permeia o drama. Com competência visual e boas atuações, o filme olha o passado a partir de lentes atuais, reinterpretando os sentimentos das rainhas. Saoirse Ronan (Mary) é o coração e a alma do filme.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

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SUPERAÇÃO – O MILAGRE DA FÉ

SUPERAÇÃO – O MILAGRE DA FÉ (Breakthrough, EUA, 2019)
Rapaz adotado vai com os amigos até um lago congelado, onde brincam até que o gelo se rompe e eles caem na água. Os colegas são salvos pela polícia, mas ele se afoga. Retirado do lago pelos bombeiros, é levado rapidamente ao hospital, mas não conseguem reanimá-lo. Para os médicos, se ele se recuperar ficará cheio de sequelas, talvez apenas passe o resto da vida em uma cama. Ele é dado como morto, mas quase uma hora depois, sua mãe ora e, milagrosamente, ele volta à vida.
Um filme que se apresenta como a história verdadeira de um milagre dos dias atuais. Mas também consegue emocionar sem ser piegas. Esta história inspiradora conta com boas atuações e pouca pregação, o que o torna bem palatável, ao contrário de outros filmes do gênero. Apesar de alguma obviedade, o filme é habilidoso o suficiente para despertar emoções fortes tanto no público devoto como no cético.
Cotação: ★★★½ (muito bom)
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A CINCO PASSOS DE VOCÊ

A CINCO PASSOS DE VOCÊ (Five Feet Apart, EUA, 2018)

Garota com fibrose cística passa muito tempo no hospital, fazendo tratamento. Um dia, conhece um garoto que sofre da mesma doença. A atração é imediata, porém os dois são obrigados a manter distância um do outro, por regra do hospital. Enquanto ela pensa em quebrar as regras e se aproximar do garoto, ele começa a se rebelar contra o sistema e recusar o tratamento rigoroso.

O que começa como um filme promissor que leva a doença a sério, aos poucos se transforma em mais um melodrama romântico com doença como pano de fundo. Além de implausível, ainda se esforça para ser piegas, prejudicando-se com o melodrama barato. Além de exagerar no excesso de clichês comuns ao gênero, torna-se com o tempo mais exaustivo do que tenso ou emocionante.

 Cotação: ★ (ruim) 

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BORDER

BORDER (Border, Suécia, 2018)

Uma estranha policial que trabalha no aeroporto, fiscalizando bagagens e passageiros, possui uma espécie de sexto sentido, fazendo com que seja capaz de perceber criminosos pelo seu faro. A situação muda quando ela identifica um criminoso em potencial e não consegue provas para justificar sua intuição. Após o episódio, ela tenta descobrir qual o segredo do suspeito.

Uma história existencial, que passa por drama, suspense e trama policial noir, romance e fantasia, subvertendo as convenções do gênero. A estranheza da história tem potencial para perdurar na memória por bom tempo após a projeção. Consegue ser um drama envolvente, principalmente pela força das performances dos dois protagonistas, ambos sob pesadas máscaras que exigiam quatro horas de maquiagem para serem aplicadas.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

 

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NÓS

NÓS (Us, EUA, 2018)

Casal resolve passar um fim de semana na praia com os dois filhos, descansando em uma casa de veraneio. Eles começam a aproveitar o descanso, mas a inesperada chegada de um grupo misterioso transforma o passeio em um pesadelo. Aos poucos, a família se torna refém de seus próprios duplos, que aparecem sem explicação para atormentá-los.

Este novo thriller de Jordan Peele (de “Corra!”) pretende ser aterrorizante, mas sua premissa fantástica não convence, tornando-o bem inferior à de seu ótimo filme de estreia. A nova obra do diretor tem objetivos diferentes às de sua precursora, mais realista. A intenção de fazer uma alegoria crítica sobre a sociedade americana através do horror, desta vez, naufraga num amontoado de clichês do gênero e numa trama obscura, que por vezes chega ao ridículo.

Cotação: ★½ (fraco)

 

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DUMBO

DUMBO (Dumbo, EUA, 2019)
Ao retornar da guerra, astro de circo encontra seu local de trabalho passando por grandes dificuldades financeiras. Seu novo cargo é cuidar de um elefante recém-nascido, cujas orelhas gigantes são motivo de piada. No entanto, seus filhos descobrem que o pequeno elefante é capaz de voar, usando as mesmas como asas. Quando o público descobre isso, o elefantinho se torna uma grande atração e cobiçado por gente inescrupulosa.
O novo “Dumbo” de Tim Burton tem momentos bons no início, mas depois se torna um pouco tedioso, à medida que a história, complicada, chega à sua parte final.
Ao contrário do original, um filme que raramente emociona. Os personagens humanos são superficiais, aliás, todos os membros do elenco parecem agir no piloto automático. Uma grande premissa desperdiçada, repleta de ótimos efeitos visuais. Mas a frieza da direção deixa muito abaixo do original.
 
Cotação: ★★ (regular)
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QUANDO MARGOT ENCONTRA MARGOT

QUANDO MARGOT ENCONTRA MARGOT (La Belle et la Belle, França, 2017)

Após se conhecerem em uma festa, Margot (Sandrine Kiberlain), de 45 anos, e Margot (Agathe Bonitzer), de 20 anos, percebem que, estranhamente, são a mesma pessoa, com décadas de diferença de idade. A partir de então, elas desenvolvem uma amizade, na qual uma delas passa por momentos da vida que a outra já conhece; e a mais velha tenta auxiliar a mais nova a não cometer os mesmos erros que ela cometeu quando jovem.

Um filme com toque fantástico, em que a curiosidade impera. As duas personagens são bem construídas e convencem. O roteiro tem uma reviravolta que o torna levemente surpreendente, de forma a satisfazer o espectador que busca apenas entretenimento. Uma obra estilosa, na medida para os fãs do cinema francês.

Cotação: ★★★ (bom)

Margot

O GRANDE CIRCO MÍSTICO

O GRANDE CIRCO MÍSTICO (Brasil, 2018)

A história de cinco gerações de uma família circense de origem europeia ligada á realeza, começando pela inauguração do Grande Circo Místico. no começo do século passado, aos dias de hoje. A história mostra as aventuras e os amores dos Knieps, de seu apogeu à decadência, por vezes em tom de realismo fantástico.

Uma grande decepção este filme escolhido, não se sabe como, para representar o Brasil na escolha do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A única explicação está no nome do diretor, que fez bons filmes no passado. Mas o que conta é o filme atual. A história é fraca, e muitos personagens aparecem muito depressa e de forma muito superficial. O pior, porém, é a representação do lado místico do filme, como o das trapezistas gêmeas que levitam.

Cotação: ★ (ruim)

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