CASAL IMPROVÁVEL

CASAL IMPROVÁVEL (Long Shot, EUA, 2019)
 
Jornalista se demite, após receber a notícia de que o site para qual trabalha foi vendido para um conglomerado de mídia. Para se animar, vai a uma festa, onde reencontra sua antiga babá, que agora é Secretária de Estado americana e está prestes a concorrer à presidência. Cansada de ser assessorada por profissionais incompetentes, ela decide contratá-lo para redigir seus discursos de campanha. Um improvável romance nasce entre eles.
 
Comédia romântica que, para se curtir, requer não se contar com diálogos brilhantes ou química entre os protagonistas, mas podendo agradar a quem conseguir colocar de lado qualquer desejo de verossimilhança. A graça vem quase que exclusivamente da inadequação do personagem de Seth Rogen ao mundo da namorada – isso para quem consegue achá-lo engraçado, o que não é meu caso.
 
Cotação: ★★ (regular)
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X-MEN: FÊNIX NEGRA

X-MEN: FÊNIX NEGRA (X-Men: Dark Phoenix, EUA, 2019)
Nos anos 1990, os X-Men são chamados para ajudar uma missão espacial em problemas. Ao tentar resgatar o comandante da missão, Jean Grey fica presa no ônibus espacial e é atingida por uma poderosa força cósmica, que é absorvida pelo seu corpo. Após ser resgatada e de voltar à Terra, aos poucos ela percebe que há algo estranho em si, causado por seres extra-terrestres de olho na conquista de nosso planeta.
Apresentado como a conclusão da franquia “X-Men”, pode parecer menor, em comparação com outras. Falta certa grandiosidade, mas não deixa de ser um bom filme comercial, bem sólido e honesto em sua proposta de entreter, contando com efeitos especiais que o favorecem muito. Sophie Turner foi uma boa escolha para viver Jean Grey, conseguindo convencer como criatura atormentada e dividida.
Cotação: ★★★½ (muito bom)

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A JUÍZA

A JUÍZA (RBG: Hero. Icon. Dissenter, EUA, 2018)

A vida de Ruth Bader Ginsburg, a segunda mulher nomeada para juíza da Suprema Corte dos Estados Unidos, cujo trabalho revolucionou os direitos das mulheres e que mais tarde se tornou um ícone da cultura pop americana. São mostrados o início de carreira, o relacionamento com o marido, seu posicionamento político, sua carreira como advogada e como juíza, e sua explosão como ícone popular.

Documentário vigoroso que traz um retrato da vida e da carreira de Ruth Bader Ginsburg, que, nos últimos anos, se tornou um ícone da cultura pop. Além de sua trajetória, o filme reflete sobre a importância de se posicionar contra as injustiças sociais e de acordo com suas crenças pessoais, por mais que o ambiente ao redor seja totalmente hostil.

Cotação: ★★★½  (muito bom)

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OBSESSÃO

OBSESSÃO (Greta, EUA-Irlanda, 2018)

Garçonete que perdeu a mãe muda-se para Nova York, onde divide apartamento com uma amiga e consegue trabalho como garçonete de um restaurante chique. Um dia, voltando para casa, encontra uma bolsa esquecida em um dos assentos do metrô, e, ao devolvê-la, acaba iniciando uma amizade com a dona da bolsa, uma viúva carente. Aos poucos, ela percebe que a necessidade de atenção da idosa ultrapassa as raias da normalidade.

Este suspense consegue ser melhor que o esperado, graças à sensibilidade cinematográfica do veterano Neil Jordan e da atuação da francesa Isabelle Huppert, que ajuda a fazer do filme um thriller instigante, cuja tensão vai crescendo na parte final. Como a certa altura fica fácil deduzir para onde vai a trama, o roteiro acrescenta uma reviravolta inesperada após a outra, de modo bastante eficaz.

Cotação: ★★★½  (muito bom)

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ROCKETMAN

ROCKETMAN (Rocketman, Reino Unido, 2019)

Menino tímido, que sofreu com o descaso do pai, desde cedo demonstra vocação para a música. Quando adolescente, vem a conhecer um letrista, e eles formam uma dupla muito afinada, que acaba contratada por um grande estúdio musical. O lançamento em Los Angeles mostra-se um grande sucesso, e ele adota o nome de Elton John para decolar em uma carreira de enorme sucesso, contada através da releitura das músicas do ícone da música pop.

Uma biografia diferente das que temos visto, inclusive superior ao recente Bohemian Rhapsody, sobre o grupo Queen. Um relato fantástico dos altos e baixos da ascensão do astro Elton John, feito de forma a superar o molde de cinebiografias, investindo em números musicais extravagantes, ao mesmo tempo que adota uma perspectiva íntima sobre a vida do cantor. Dessa forma, o filme não foge das polêmicas e cria um musical pouco comum e delicioso de assistir. Muito do acerto do filme se deve à ótima interpretação de Taron Egerton. Assim como Elton John merece, é um filme que opera em uma escala muito mais grandiosa do que uma cinebiografia padrão.

Um filme para ver e rever de tempos em tempos, para recordar uma época em que o pop tinha seus gênios criativos de verdade

Cotação: ★★★★★  (excepcional)

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GODZILLA II: REI DOS MONSTROS

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GODZILLA II: REI DOS MONSTROS (Godzilla: King of the Monsters, EUA, 2019)

Cinco anos após o filme anterior, cientistas precisam lidar com a súbita aparição de vários monstros, vindos das profundezas da Terra. Enquanto buscam uma aliança com Godzilla, para buscar sua ajuda a fim de garantir o equilíbrio na natureza, os humanos acabam fazendo parte de uma grande disputa por poder protagonizada por esse monstros, aqui conhecidos como titãs.

Nesta continuação de Godzilla (2014), este novo filme revive várias criaturas fabulosas da era “kaiju”, como Ghidorah. O visual, os efeitos visuais e a presença de todos os titãs (monstros) são bons, mas falta substância. O ritmo é prejudicado pela longa duração. Por vezes confuso e sem divertir como promete, o filme falha ao não conseguir não aproveitar o potencial do espetáculo que suas criaturas oferecem.

Cotação: ★½ (fraco)

O HOMEM QUE MATOU DOM QUIXOTE

O HOMEM QUE MATOU DOM QUIXOTE (The Man Who Killed Don Quixote, Reino Unido-Espanha, 2018)

Doze anos depois de rodar um curta-metragem na Espanha quando era estudante de cinema, cineasta de renome tem a oportunidade de filmar uma superprodução baseada na obra de Cervantes, no mesmo país. Ao começar as gravações, ele enfrenta uma crise criativa e tenta reencontrar os atores do projeto anterior, descobrindo que o ator principal enlouqueceu, acreditando ser Dom Quixote, e o confundindo com seu escudeiro, Sancho Pança.

Uma comédia dramática que mescla metalinguagem cinematográfica com fantasia e drama. O ponto alto é a excelente atuação de Jonathan Price, que transforma um velho sapateiro no célebre personagem de Cervantes e num paradigma dos que preferem viver no mundo da lua. Como gosta de fazer, Terry Gilliam embaralha situações realistas, memórias e sonhos para afirmar a proximidade entre criação artística e imaginação.

Cotação: ★★★  (bom)

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A COSTUREIRA DE SONHOS

A COSTUREIRA DE SONHOS (Sir, Índia, 2018)

Em Mumbai, jovem viúva trabalha como empregada para um homem de família rica. Embora ele pareça ter tudo, ela percebe que ele desistiu de seus objetivos e está perdido na vida. Por outro lado, ela, que parece não ter nada, vive esperançosa e trabalha com determinação em busca de seu sonho de ser tornar uma estilista. À medida que crescem seus sentimentos um pelo outro, seus mundos colidem.

Uma história de amor simples, que flerta com o sentimentalismo e consegue manter o realismo, mostrando a protagonista como alguém que, no encalço obstinado dos sonhos, sabe que a restrição coletiva de castas lhe impõe limitações e as aceita. Apesar de destacar a carência dos personagens principais, o filme mostra mais forte o desejo de vida que bate dentro deles.

Cotação: ★★★  (bom)

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JOHN WICK 3 – PARABELLUM

JOHN WICK 3 – PARABELLUM (John Wick: Chapter 3 – Parabellum, EUA, 2019)
Após assassinar um chefe da máfia, o pistoleiro John Wick tem sua vida posta a prêmio e passa a ser perseguido por inúmeros assassinos pela recompensa de U$14 milhões. Lutando por sua sobrevivência, mata dezenas, e se vê forçado a pedir ajuda aos russos, que o enviam ao Marrocos. Lá, outros tantos tentam matá-lo, até que recebe no deserto uma proposta de clemência em troca de um serviço.
Continuação completamente dispensável, já que o segundo da série já havia sido de muito baixo nível. Esta sequência segue no mesmo estilo, com o herói matando freneticamente dezenas de assassinos que tentam tirar sua vida, na maior parte das vezes, sozinho. Além de absurda, a trama é mais insatisfatória que as anteriores. A única coisa que se salva são algumas boas cenas de luta, ainda que sempre exageradas.
Cotação: ★ (ruim)
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MA

MA (Ma, EUA, 2019)

Uma turma de adolescentes trava amizade com uma negra adulta que os ajuda a comprar bebidas. Depois, ela oferece o porão de sua casa para eles beberem sem problemas com a polícia. Os eventos no local acabam se tornando uma rotina do grupo, até que os jovens começam a descobrir coisas estranhas acontecendo na casa, além da suposta amiga se mostrar cada vez mais controladora.

Um filme de suspense e terror light adolescente, que consegue por vezes surpreender e sair fora dos clichês. O roteiro consegue prender a atenção e criar uma boa atmosfera de suspense até algumas fortes cenas no final. O melhor é a atuação de Octavia Spencer, cuja personagem aos poucos mergulha na loucura, com a atriz demonstrando uma notável capacidade de passar de figura maternal para ameaçadora.

Cotação: ★★★  (bom)

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