JUDY – MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS

JUDY – MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS (Judy, Reino Unido, 2019)

No final de sua carreira, Judy Garland, estrela de primeira grandeza nas décadas de 1940 e 1950, aceita fazer uma turnê de shows ao vivo em Londres, ainda que esse trabalho a mantenha afastada dos filhos menores, dos quais acaba perdendo a custódia. Enfrentando a solidão e velhos problemas com bebidas alcoólicas e outros, tenta compensar o fracasso de sua vida pessoal com a dedicação nos palcos.

Esta cinebiografia de Judy Garland possui tem como grande atração a sensacional performance de Renée Zellweger, merecidamente premiada com o Oscar de Melhor Atriz, mas fica aquém de seu potencial. O filme se atém quase inteiramente ao seu final de carreira, quando poderia abordar abranger outras passagens anteriores. Vale pela atuação de Zellweger.

Cotação: ★★★ (bom)

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ADORÁVEIS MULHERES

ADORÁVEIS MULHERES (Little Women, EUA, 2019)
 
No seculo 18, quatro jovens tentam encontrar o seu lugar em uma sociedade patriarcal, num país dividido pela Guerra de Secessão. Mãe e quatro filhas tentam ajudar aos menos afortunados, enquanto o marido e pai está em combate, sem dar notícias. Ao mesmo tempo que enfrentam os desafios e limites impostos pela sociedade da época, elas enfrentam os desafios do crescimento.
 
Uma história de amadurecimento realista, alegre e por vezes dolorosa, com excelentes atuações de todo o elenco. Greta Gerwig adapta uma obra-prima da literatura norte-americana com ideias próprias, apostando em estrutura única para elevar o impacto emocional da história das irmãs, com uma dinâmica notável. O que torna esta versão especial e uma das melhores de todas já feitas é o roteiro inteligente, que mistura duas épocas diferentes, com ótimo uso de flashbacks.
 
Cotação: ★★★★½ (ótimo)
adoraveis 2Saoirse Ronan (Finalized);Timothee Chalamet (Finalized)

A BATALHA DAS CORRENTES

A BATALHA DAS CORRENTES (The Current War, EUA, 2018)

No final do século XIX, Thomas Alva Edison e George Westinghouse disputam entre si para ver quem ficará consagrado como aquele que iluminou os Estados Unidos. Enquanto Edison defende a utilização da corrente contínua, por ser mais segura, Westinghouse defendia a corrente alternada que podia cobrir maiores distâncias.

Um filme que nunca cansa de nos lembrar que seus protagonistas concorrentes eram grandes visionários do futuro. Mas,apesar dos grandes nomes do elenco principal, “A Batalha das Correntes” é um filme entediante, que não consegue envolver o espectador e consegue interessar apenas aos historiadores. O fracasso de bilheteria era previsível.

Cotação: ★½ (fraco)

 

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ANOS 90

anos 90ANOS 90 (Mid90s, EUA, 2019)

Nos anos 1990, um garoto de 13 anos, cuja mãe vive trabalhando e que se sente desprezado pelo irmão mais, velho acaba por entrar para uma turma de adolescentes um pouco mais velhos. Com eles, aprende a praticar skate nas ruas ao mesmo tempo em que aprende lições de vida com o seu novo grupo de amigos.

O ator Jonah Hill faz aqui seu primeiro filme como diretor e deixa uma boa impressão, com uma abordagem nostálgica dos anos 1990, em filme na linha de “Kids”. Optou-se por uma história íntima, sobre ritos de passagem, ambientada na comunidade de skate de Los Angeles. É dada atenção especial à autenticidade dos personagens, e o elenco valoriza o resultado.

Cotação: ★★★½   (muito bom)

O GÊNIO E O LOUCO

O GÊNIO E O LOUCO (The Professor and the Madman, EUA, 2019)

No século 19, um estudioso ganha a aprovação de uma prestigiada universidade para criar o primeiro dicionário da língua inglesa. Com uma equipe reduzida, esforçada, mas sem talento para o trabalho, às portas da desistência, ele ganha o inesperado reforço de um assassino, prisioneiro em um manicômio para criminosos, mas altamente estudioso, que vem a contribuir decisivamente, com milhares de verbetes.

Este importante relato histórico de um episódio pouco conhecido traz uma história fascinante às telas com sensibilidade e eloquência. Ainda por cima, o filme faz refletir sobre o ódio e o perdão, e marca a volta de dois grandes atores (Sean Penn, magnífico, e Mel Gibson), há anos distantes das telas, em uma história edificante e bem narrada, dividindo-se entre duas vertentes até que seus caminhos se fundem em um só.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

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O GRANDE CIRCO MÍSTICO

O GRANDE CIRCO MÍSTICO (Brasil, 2018)

A história de cinco gerações de uma família circense de origem europeia ligada á realeza, começando pela inauguração do Grande Circo Místico. no começo do século passado, aos dias de hoje. A história mostra as aventuras e os amores dos Knieps, de seu apogeu à decadência, por vezes em tom de realismo fantástico.

Uma grande decepção este filme escolhido, não se sabe como, para representar o Brasil na escolha do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro. A única explicação está no nome do diretor, que fez bons filmes no passado. Mas o que conta é o filme atual. A história é fraca, e muitos personagens aparecem muito depressa e de forma muito superficial. O pior, porém, é a representação do lado místico do filme, como o das trapezistas gêmeas que levitam.

Cotação: ★ (ruim)

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A FAVORITA

A FAVORITA (The Favourite, Reino Unido-EUA, 2018)

No começo do século XVIII, uma duquesa exerce forte influência na corte inglesa como conselheira e, secretamente, amante da rainha Ana. Uma parenta sua, cuja família caiu na miséria, a procura em busca de emprego, conseguindo o posto de criada. Aos poucos, ela cai no gosto da monarca e vai se tornando a sua nova favorita, o que leva a uma guerra entre as duas pela posição.

Um filme de época que vai além das obras do gênero, fazendo uma avaliação bastante sombria das motivações e comportamentos humanos, enquanto viaja através de mentes distorcidas. Além de ter três ótimas protagonistas femininas, apresenta uma história forte, que fascina pela riqueza do roteiro, pelo capricho da produção e pelo elenco. O diretor acerta em cheio ao ambientar as intrigas palacianas com angulações inusitadas e lentes que reforçam o sentimento de estranheza. Um dos favoritos ao Oscar de Melhor Filme.


Cotação: ★★★★½ (ótimo)