CANASTRA SUJA

CANASTRA SUJA (Brasil, 2018)

Em uma família na qual as coisas aparentemente vão bem, o marido é um alcoólatra inveterado, e a esposa o trai com o namorado da filha, que se vê dividida entre dois homens. A outra filha é mongolóide e requer cuidados constantes, e o filho, que vive às turras com o pai, busca um meio de ganhar dinheiro rapidamente para conseguir sair de casa, mas nessa procura se envolve em séria confusão.

Um retrato de família contada de forma magnífica. Como cartas em um jogo de baralho, a história de cada personagem interfere na de outro ao se sobreporem, até final inesperado. O diretor Caio Sóh transita harmoniosamente entre gêneros e entrega uma pequena obra-prima. Um dos filmes brasileiros mais instigantes desta safra, abrilhantado por um elenco de feras, como Marco Ricca, Adriana Esteves, Emilio Orciollo Netto e Milhem Cortaz.

Cotação: ★★★★★  (excepcional)

 

O AMANTE DUPLO

O AMANTE DUPLO (L’Amant Double, França, 2018)

Mulher reprimida busca a ajuda de um psicólogo. Porém, com o correr das sessões de terapia, eles acabam se apaixonando. Com isso, eles encerram a terapia e passam a morar juntos. Ela busca um outro profissional, que é irmão gêmeo de seu namorado, e passa a ter um caso também com ele.

Há elementos para admirar nesta obra, mas as reviravoltas e revelações se sucedem e se tornam cansativas. Um filme morno, cujo andamento por vezes chega a ser monótono. O diretor mostra criatividade, mas seu roteiro exagera no “psicologismo”. Há corajosss cenas de sexo. Vale como curiosidade.

Cotação: ★★ (regular)

JURASSIC WORLD:REINO AMEAÇADO

JURASSIC WORLD:REINO AMEAÇADO (Jurassic World: Fallen Kingdom, EUA, 2018)

Três anos após o fechamento do Jurassic Park, no filme anterior, um vulcão entrando em erupção põe em risco a vida dos dinossauros na ilha Nublar. Alguns ambientalistas retornam à ilha para salvar os animais, sem saber que estão sendo usados por gente inescrupulosa que pretende vender ou usar os seres pré-históricos como armas.

Sequência que funciona melhor do que o primeiro “Jurassic World”. Não só por mostrar uma história original de fato, diferente da releitura do clássico, mas também por ser uma aventura empolgante, um belo filme catástrofe e um terror gótico competente. Os personagens são estereotipados e o maniqueísmo está presente, mas o diretor usa sua liberdade criativa para criar cenas impressionantes, usando das sombras e de boa construção do suspense.

Cotação: ★★★½  (muito bom)

DO JEITO QUE ELAS QUEREM

DO JEITO QUE ELAS QUEREM (Book Club, EUA, 2018)

Quatro amigas sexagenárias se reúnem mensalmente em um clube do livro, e uma delas escolhe para todas lerem o best-seller “Cinquenta Tons de Cinza”. A leitura faz com que todas elas mudem de alguma forma sua forma de enxergar e lidar com seus relacionamentos afetivos.

Comédia romântica enriquecida pela presença de quatro atrizes veteranas do primeiro time de Hollywood, inclusive Jane Fonda, que aos 80 anos, sendo a mais idosa, parece ser a mais nova das quatro A trama é algo previsível, mas isso não atrapalha o prazer de tornar a ver as quatro divas em ação novamente. O diretor acerta e realiza um bom, como dizem os americanos, ‘feel good movie’.

Cotação: ★★★ (bom)

HAN SOLO – UMA AVENTURA STAR WARS

HAN SOLO – UMA AVENTURA STAR WARS (Solo: A Star Wars Story, EUA, 2018)

Em dificuldade financeira, o contrabandista Han Solo e sua namorada encontram uma substância valiosa e tentam fugir, mas ela é capturada e os dois são separados. Ele consegue escapar e se tornar piloto. Tempos depois, se reencontram, em uma jornada que mostra como Han conheceu Chewbacca e conseguiu a astronave Millenium Falcon.

Mais uma das aventuras avulsas criadas para manter a saga Star Wars viva, com uma história de origem interessante para o personagem vivido por Harrison Ford. O roteiro é bem amarrado e conta de maneira satisfatória o que se passou cerca de dez anos antes do primeiro filme. Diverte sobretudo os fãs, mas poderia ser melhor. Um dos problemas é que Alden Ehrenreich não lembra muito um jovem Harrison Ford. Pena que não pudemos verificar se o filme merece ou não ser visto na versão Imax.

Cotação: ★★★  (bom)

EU SÓ POSSO IMAGINAR

EU SÓ POSSO IMAGINAR (I Can Only Imagine, EUA, 2018)

Vocalista de uma banda cristã tem um relacionamento conturbado com seu pai, que desde criança sempre o tratou de maneira dura e violenta, e nunca entendeu sua paixão pela música. Quando sua carreira musical parece ter chegado ao fim da linha, ele consegue inspiração para compor uma canção (“I Can Only Imagine”) que se torna um sucesso instantâneo.

Filme biográfico que conta a história de uma canção famosa nos meios evangélicos, com um lado musical divertido, além de contar com personagens carismáticos, e que consegue cativar um público maior que o religioso. É curiosa a escalação do desconhecido J. Michael Finley para viver o personagem principal, tendo como coadjuvante o veterano Dennis Quaid.

Cotação: ★★★½  (muito bom)

NO OLHO DO FURACÃO

NO OLHO DO FURACÃO (The Hurricane Heist, EUA, 2018

 

Uma quadrilha planeja roubar 600 milhões de dólares em notas prestes a ser destruídas pelo tesouro americano, durante a passagem de um furacão. No entanto, o plano é atrapalhado quando descobrem que precisam do código de segurança de que apenas uma funcionária do banco tem conhecimento, e tentam capturá-la.

 

Uma espécie de misto de filme-catástrofe e policial de roubo, assistível, mas com roteiro fraco e previsível e final ridículo. Tudo aqui é exagerado, inverossímil, os personagens são rasos e as atuações do elenco frouxas. Mas serve como passatempo para quem não se importa a mínima com qualidade.

 

Cotação: ★★ (regular)

A MORTE DE STALIN

A MORTE DE STALIN (The Death of Stalin, EUA-Reino Unido, 2017)

Em 1953, na União Soviética, o ditador Josef Stalin tem um AVC e morre. O comitê central do Partido Comunista se reúne para decidir sobre o funeral e sobretudo quem será o sucessor do líder soviético. Mas os integrantes passam a disputar o poder entre si, em um jogo que pode ser mortal para alguns deles

Não temos aqui ou filme biográfico ou um drama histórico, mas uma comédia diferente, ousada e farsesca, que focaliza os acontecimentos que se seguiram à morte do célebre ditador russo. O filme pode ser visto com agrado mesmo pelos que não conhecem a história do líder soviético. Outro mérito é prender a atenção do espectador por toda a projeção, com humor negro inteligente e negro, em uma engraçada sátira à ambição humana.

Cotação: ★★★★ (ótimo)

GNOMEU E JULIETA: O MISTÉRIO DO JARDIM

GNOMEU E JULIETA: O MISTÉRIO DO JARDIM (Sherlock Gnomes, Reino Unido, 2017)

Gnomeu e Julieta são encarregados da manutenção do novo jardim dos gnomos em Londres. A tarefa cria atritos entre o casal, o que faz com que Gnomeu tente impressionar a esposa, sem sucesso. Ao retornar para casa, eles descobrem que todos os seus amigos gnomos desapareceram misteriosamente. Na busca, encontram Sherlock Gnomes, que está investigando o sumiço deles ao lado de seu fiel companheiro Watson, e passam a acompanhá-los na aventura.

Os personagens ressurgem em aventura que agrada aos espectadores que buscam apenas entretenimento descompromissado. A estrutura do primeiro filme ganha novos personagens, e isso funciona. A história é previsível e o tom da aventura é infantil, mas a animação é muito bem feita e consegue envolver o espectador do começo ao fim. A composição dos bonecos é divertidamente realista, dos descascados nos gnomos velhos ao barulhinho da porcelana batendo em pequenos passos ou quebrando-se no chão.

Cotação: ★★★ (bom)

TULLY

TULLY (Idem, EUA, 2018)

A chegada do terceiro filho torna a vida de Marlo bastante difícil. O marido trabalha fora o dia inteiro, e ela tem de cuidar do recém-nascido e um casal de filhos, sendo que o menino tem problemas e requer cuidados especiais. Porém, o irmão de Marlo, financeiramente bem de vida, oferece-lhe como presente uma babá noturna, que ela rejeita a princípio, mas acaba se vendo forçada a aceitar. A chegada da moça é um alívio e a ajuda a se reequilibrar, de forma inesperada.

Um drama leve e fora do comum sobre os dois lados da maternidade, que evita os chavões com maestria. A maior parte de “Tully” é empolgante, uma mistura de magia, luta e humor negro sobre as dificuldades do pós-parto. Até que acontece uma reviravolta que, por um lado, traz maior originalidade à historia, mas desaponta um pouco. Mesmo assim, é um ótimo filme e um dos melhores em cartaz. A ressaltar ainda que Charlize Theron passa por uma transformação física impressionante para representar a personagem, tendo uma interpretação fantástica.

Cotação: ★★★★ (ótimo)